O tratamento homeopático é econômico?
As pesquisas em economia da saúde têm como objetivo estabelecer uma base científica para a alocação eficiente de recursos financeiros e de saúde limitados, além de garantir a prestação de um atendimento de alta qualidade aos pacientes. Os métodos aplicados na economia da saúde para analisar a relação custo-benefício dos tratamentos médicos convencionais também podem ser aplicados à homeopatia.
Uma revisão sistemática publicada em 2024 dá uma visão geral das análises de custo-efetividade da homeopatia1. Em todos os 21 estudos incluídos na revisão, a homeopatia mostrou uma eficácia clínica semelhante ou melhor em comparação com os grupos de controle, com uma clara tendência positiva do custo-efetividade e um aumento estatisticamente significativo na qualidade dos estudos ao longo dos anos.
(*2 desses estudos demonstraram ser econômicos através da razão de custo-efetividade incremental.)
Dois pesquisadores independentes analisaram a qualidade dos estudos usando o CHEC, criado especificamente para uso em análises econômicas. Os resultados do CHEC variaram entre 2 e 16 (sendo a pontuação máxima 19): os estudos publicados antes de 2009 obtiveram uma pontuação média mais baixa (6,7 ± 3,4) do que os publicados durante ou depois de 2009 (9,4 ± 4,3).
Vale a pena observar que os dois estudos publicados mais recentemente incluídos na revisão3,4 estão entre aqueles com a classificação de qualidade mais alta. Além de um projeto de estudo bem escolhido, ambos utilizaram análises econômicas de última geração. Os autores da revisão atualizada destacam a importância de manter esse nível de excelência em futuras análises econômicas sobre a homeopatia.
Uma análise de custo-efetividade individual da mais alta qualidade4 (CHEC: 89%) avaliou o impacto de um medicamento homeopático “de venda livre”, o SilAtro-5-90 . Um ensaio clínico de 2017 constatou que o uso do SilAtro-5-90 junto com medicamentos convencionais reduziu a recorrência de amigdalite aguda5; uma análise econômica realizada posteriormente constatou que o SilAtro-5-90 reduziu também os custos (especialmente quando a cirurgia foi evitada), em comparação com o tratamento apenas com medicamentos convencionais.4
Um ensaio clínico randomizado pragmático acompanhou 256 crianças e adultos (com idades entre 6 e 60 anos) diagnosticados com amigdalite recorrente moderada, durante dois anos. Observou-se que incluir SilAtro-5-90 foi clinicamente eficaz, reduzindo o número de infecções agudas de garganta, sintomas específicos de amigdalite e a necessidade de antibióticos, em comparação ao tratamento exclusivamente convencional.5 Uma análise econômica posterior, baseada no * por infecção aguda de garganta mostrou que:4
- em crianças menores de 12 anos, o tratamento adicional com SilAtro-5-90 é sempre vantajoso (independentemente da gravidade da amigdalite recorrente), reduzindo o número de infecções agudas de garganta a um custo menor do que com o uso apenas do tratamento convencional.
- em adultos e crianças com 12 anos de idade ou mais com amigdalite recorrente “grave” (mais de três infecções agudas de garganta por ano), o SilAtro-5-90 ajudou a evitar a dispendiosa cirurgia de amigdalectomia.
É evidente que é necessário realizar mais pesquisas de alta qualidade sobre esse assunto. Com base nessas descobertas promissoras, será possível determinar de forma mais categórica se a homeopatia poderá desempenhar um papel na gestão dos custos de saúde no futuro, mantendo níveis de eficácia clínica comparáveis aos tratamentos já existentes.
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- Ostermann T, Park A-L, De Jaegere S, Fetz K, Klement P, Raak C, McDaid D. Cost-effectiveness analysis for SilAtro-5-90 adjuvant treatment in the management of recurrent tonsilitis, compared with usual care only. Cost Eff Resour Alloc, 2021;19:60 [FullText]
- Palm J, Kishchuk VV, Ulied A, Perotti Fernández J, De Jaegere S et al. Effectiveness of an add-on treatment with the homeopathic medication SilAtro-5-90 in recurrent tonsillitis: An international, pragmatic, randomized, controlled clinical trial. Complement Ther Clin Pract, 2017; 28:181-191 [PubMed]
