Como o conceito homeopático “similar cura similar” pode fazer sentido?
A homeopatia baseia-se no princípio fundamental de que “semelhante cura semelhante”, isto é, uma substância que causa determinados sintomas se tomada em dosagens altas, pode ser usada, em dosagens mínimas, para tratar indivíduos que apresentem os sintomas que esta substância desencadeia em altas dosagens.
A ideia de que uma substância possa ser prejudicial em grandes quantidades mas benéfica em pequenas quantidades não é nova para a ciência; de fato, esse conceito existe há décadas e está cada vez mais bem documentado em campos como biologia e toxicologia.
Há vários exemplos de “semelhante cura semelhante” na medicina convencional, como, por exemplo:
- O digitalis em dosagens altas causa arritmias, mas esse medicamento é usado rotineiramente em dosagens baixas para tratar essa condição;
- A ritalina, um medicamento estimulante à base de anfetamina, é usado para tratar déficits de atenção;
- Pequenas dosagens de alérgenos, como o pólen, são usadas para dessensibilizar pacientes alérgicos.
No entanto, uma diferença importante na homeopatia é que as dosagens medicinais dadas são tão pequenas que efeitos colaterais tóxicos são evitados.
Medicamentos homeopáticos de baixa potência (potências até 12c ou 30x) conterão moléculas da substância original de que são feitos. Por essa razão, na maioria dos países, remédios feitos de substâncias tóxicas só estão disponíveis em dosagens mais altas, da “primeira diluição segura” para cima.
São as potências mais altas, que não contêm moléculas, que são mais controversas, e isto acontece, enquanto não se entender o seu mecanismo de ação.